Nos dias 7 e 8 de outubro, em Lisboa, Portugal, ocorreu a 8ª Edição da Reunião Internacional sobre Cooperação Triangular. Organizada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. (Camões, I.P.) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a reunião teve como tema central “Vinculando processos globais para gerar impacto local”.

A região ibero-americana teve uma forte presença entre os 180 participantes provenientes de mais de 50 países que trabalharam ao longo de dois dias em três trilhas simultâneas para extrair aprendizados, lições e possibilidades sobre: i) a estratégia futura da CTr; ii) o fortalecimento dos sistemas e processos para o envolvimento em alianças triangulares; e iii) o fomento de alianças horizontais e lideradas localmente em projetos de cooperação triangular.

A Ibero-América foi reconhecida de todas as latitudes por estar na vanguarda tanto na prática quanto na medição, discussão e posicionamento da CTr. Um exemplo disso foi a reunião técnica paralela organizada pela presidência do Brasil no G20 para discutir o mecanismo de troca de conhecimento lançado na reunião ministerial de desenvolvimento do G20.

Além disso, como resultado da implementação do MÁS QUE TRES em Tela, Honduras, o PIFCSS foi convidado por Portugal e pela OCDE para facilitar a trilha dedicada ao fortalecimento dos sistemas e processos nacionais com ingredientes de Co-laboratório. Ao longo de três sessões, os participantes da trilha de sistemas trabalharam de forma colaborativa para identificar os desafios comuns enfrentados pelos parceiros da CTr em nível global, extrair soluções e opções que têm funcionado para superar esses desafios e encontrar coincidências e possíveis conexões para superá-los, aproveitando a diversidade de práticas reunidas.

Com o espírito de MÁS QUE TRES, os desafios ibero-americanos para a implementação da CTr identificados no âmbito do PIFCSS encontraram ressonância em pares de todo o mundo, que reconheceram o valor da conversa franca, da escuta ativa e da metodologia do Co-laboratório. Entre os desafios compartilhados estão:

• A identificação de correspondências entre necessidades e capacidades antes da proposta de projetos de CTr.
• A previsibilidade em saber quais mecanismos de apoio a projetos de cooperação transfronteiriça existem.
• Como melhorar a coordenação interna, seja entre departamentos de uma mesma organização ou entre ministérios de um mesmo governo.
• Como lidar com as diferentes burocracias, formatos e requisitos entre parceiros, que geralmente refletem os desequilíbrios de poder entre os atores da CTr.
• Como melhorar a capacidade institucional para registrar informações, usar esses dados para medições, mas também para contar histórias eloquentes.
• Como manter o pessoal atualizado sobre a CTr, mas também os níveis superiores.
• Como superar as diferenças de linguagem e paradigma entre atores para envolver o setor privado, sociedade civil, filantropia, entre outros, em parcerias triangulares.

De forma paralela, durante os dois dias, o PIFCSS impulsionou a colaboração entre todos os participantes da conferência para realizar um mapeamento ágil de mecanismos, fundos, janelas e programas de apoio a iniciativas de CTr e de ativos e recursos de conhecimento sobre CTr, o que soma ao exercício iniciado pelo Programa em Tela, Honduras. O mapeamento realizado foi apresentado na sessão final da Conferência como exemplo e será compartilhado com todos os participantes para seu contínuo enriquecimento e contribuição aos desafios compartilhados para fortalecer a CTr a nível global.